Nintendo processa que criava mods para a Switch

Depois de se ter recusado a encerrar.

A Nintendo instaurou um novo processo legal contra a Modded Hardware, uma empresa especializada na venda de consolas Nintendo Switch com chips que permitiram correr cópias não oficiais de jogos, por outras palavras, cópias piratas.

De acordo com a TorrentFreak, a Nintendo instaurou o processo alegado que a Modded Hardware "não só oferece hardware e firmware para criar e jogar jogos pirateados," como também providencia os "clientes com cópias piratas dos jogos da Nintendo." Ainda de acordo com a publicação, a Nintendo entrou em contacto com Ryan Daly em março deste ano, dando-lhe a oportunidade de encerrar o negócio. Ambas as partes concordaram que a atividade da Modded Hardware cessaria, algo que não aconteceu.

Como tal, a Nintendo apresentou uma ação judicial num tribunal federal de Seattle, no estado norte-americano de Washington, pedindo o encerramento imediato da Modded Hardware e indemnizações.

"Tipicamente, quando um cliente compra uma consola pirateada ou os serviços de circunvenção, o Réu pré-instala na consola um portfólio de jogos pirateados prontos a jogar, incluindo alguns dos títulos mais populares da Nintendo, como os seus jogos Super Mario, The Legend of Zelda e Metroid", alega a Nintendo no processo.

"Na verdade, como os jogos piratas da Nintendo Switch não podem ser usados ou criados sem uma consola pirateada e software e hardware relacionados, é apenas por causa de produtos e serviços como os vendidos pelo Réu que os mercados ilegais que distribuem jogos piratas existem e prosperam."

Ryan Daly não é o único alvo da Nintendo na sua luta contra a pirataria. James Williams, conhecido na internet como Archbox, também enfrenta um processo judicial por alegada ligação a várias "lojas piratas" online que vendem cópias ilegais de jogos Nintendo.

"O réu é o operador, supervisor e força motriz por trás de várias lojas piratas, por meio das quais o réu ofereceu bibliotecas massivas de jogos piratas do Nintendo Switch", alega Nintendo. O processo também fez referência à comunidade do Reddit SwitchPirates e assinalou a presença de Williams como moderador no grupo, alegando que foi essencial para fazer crescer a comunidade para quase 190.000 membros.

"As publicações do réu incluíram, a título de exemplo, mensagens direcionando os utilizadores para as lojas piratas; solicitando 'doações' de cartões-presente da Nintendo eShop para a compra de jogos (ou mesmo solicitando cópias dos próprios jogos Nintendo Switch) para serem copiados e depois distribuídos em lojas piratas; e oferecendo conselhos técnicos e incentivo a outros utilizadores sobre como usar as lojas piratas, como descarregar e instalar software de circunvenção e como jogar cópias piratas de jogos Nintendo Switch ", afirmou o processo.

"O Réu está bem ciente de que sua conduta é ilegal e infringe os direitos de propriedade intelectual da Nintendo. Na verdade, o Réu gabou-se publicamente de ser um 'pirata' que '[não] vai dar à Nintendo $ 50 por um jogo'."

Com estes processos, a Nintendo volta a mostrar que não quer oferecer qualquer margem a quem pirateia os seus jogos e consolas. Recentemente, a empresa impediu a proliferação de cópias do emulador Yuzu, depois de ter vencido uma batalha judicial contra os seus criadores. A este processo juntam-se outros que renderam indemnizações milionárias à Nintendo, como foi o caso do RomUniverse e dos sites que criaram emuladores para a Switch.


Pedro Pestana é viciado em gaming, café e voleibol, sensivelmente nesta ordem. Podem encontrar alguns dos seus devaneios no Twitter ou Threads.