The First Descendant se destaca em gameplay e design de cenários, mas precisa resolver problemas técnicos - Preview

“Descendente, você pode me ouvir? Estava esperando por você."

Tive a oportunidade de jogar o novo beta de The First Descendant, shooter focado no cooperativo online da Nexon Games. Diferentemente do beta anterior, este mostra um prólogo substancial que conta como os “Descendants” chegaram aos eventos mostrados no início do jogo.

Assim como no beta fechado, o jogo começa com um uma introdução que narra como os humanos foram derrotados pelos Vulgus - invasores alienígenas que cruzaram dimensões há mais de 100 anos e trouxeram consigo os devastadores Colossi e destruição - e foram salvos pelos “Descendants” até a ascensão de um novo líder, Karel. Na versão antiga, após a cinemática o jogador já era colocado em um momento mais avançado da linha temporal, sem muita explicação do que estava acontecendo. Desta vez, os desenvolvedores tomaram a decisão certa de contextualizar os jogadores com a oportunidade de conhecer o início da lore de The First Descendant enquanto jogam o tutorial.

O início de tudo

Tudo começa no Quartel-General do Comando da região de Albion, quando Marcus, membro Sênior do Time de Investigação sobre o Ironheart, passa a missão de proteger a Bunny, que irá coletar o artefato nas Ruínas: “Quem irá assumir isso?”

O jogador, então, deve escolher entre os três Descendants iniciais para progredir com a missão: Viessa, Lepic e Ajax. Cada um possui características e habilidades próprias que vão de acordo com o gosto de cada jogador. Essa será uma decisão que afetará sua gameplay durante bastante tempo, já que para trocar de personagem é preciso comprá-lo, portanto escolha com calma. Enquanto Viessa servirá mais para os jogadores que preferem habilidades de controle, Ajax é para quem gosta de personagens tanque, já que a passiva dele acumula “Energia Vazia” sempre que ele leva dano, elevando proporcionalmente a força de ataque. Já eu escolhi Lepic, por conta de uma habilidade em específico dele que me chamou bastante atenção. O nome dela é “Traction Grenade” (Granada de Tração), que junta os inimigos em um raio de 9m fazendo uma espécie de “bolinha”, uma técnica que combina perfeitamente com a granada que Lepic arremessa na primeira habilidade.

Escolhido o personagem, agora a história pode prosseguir. Você e Bunny chegam às ruínas e vão a procura do Ironheart, iniciando o tutorial dos comandos. Mas assim que interface do usuário se abre, já é possível notar as mudanças em relação ao beta antigo. A barra de vida e mana, que antes ficavam juntas no canto inferior esquerdo, agora estão separadas. A barra de vida ficou centralizada junto à contagem de balas, enquanto a mana foi movida para debaixo das habilidades.

Particularmente, gostei muito da mudança e da escolha estética que os desenvolvedores adotaram, com base no feedback dos jogadores do beta fechado. Além da interface parecer mais “limpa” e menos genérica, sinto que ficou mais coeso colocar a barra de mana próxima às habilidades e trazer a barra de vida e as balas também para o centro da tela, acima das habilidades. Agora, tudo que é realmente importante e o jogador precisa ficar de olho o tempo todo está bem organizado, o que é uma vantagem. Não será mais preciso olhar para a esquerda para saber da vida e da mana, olhar pro meio para saber como está o countdown das habilidades e então olhar para a direita para ver quantas balas sua arma tem. Só será necessário olhar para o canto inferior direito caso você queira trocar de arma e para o canto superior esquerdo para olhar o mapa, enquanto todo o resto fica centralizado.

Antes - Beta Fechado
Agora - Novo Beta

O tutorial segue e pelo o caminho você tromba com alguns Vulgus, mas nada muito desafiador. No meu caso, serviu apenas para eu regular a sensibilidade dos controles. Até que Bunny e Lepic encontram o Ironheart o seu personagem se aproxima do artefato, como se estivesse em um estado de transe. Então você é “teletransportado” para um lugar no qual seu inconsciente toma forma física e conhece a sua guia. Como era de se esperar, os Vulgus invadem o local em que você e Bunny encontraram o artefato e a ação fica um pouco mais intensa, mas ainda nada muito difícil. Até mesmo o boss é derrotado com grande facilidade, como em um típico tutorial.

Não entrarei em muitos detalhes da história para não dar spoilers, mas achei deveras interessante a escolha criativa de fazer o tutorial em meio ao prólogo. Ainda que o outro beta também tenha tomado essa decisão, os desenvolvedores poderiam muito bem apenas apresentar uma cinemática contando esse início da história, mas preferiram por iniciar a imersão desde o início, o que é um ponto positivo.

Alguns problemas leves e outros irritantes

Durante todo o tutorial as cutscenes apresentaram problemas de “tremedeira”. Sabe nos filmes quando um holograma está apresentando problemas e a imagem fica chamuscada? Era basicamente isso que estava acontecendo. A gameplay, por outro lado, no decorrer do tutorial, não apresentou qualquer adversidade, o problema foi as cenas de corte. Eu estava jogando em um Xbox Series S e a minha internet estava funcionando perfeitamente, mas ainda assim não é possível saber se o problema nas cinemáticas ocorreu apenas comigo ou também afetou outras pessoas que também receberam a versão de teste de The First Descendant.

Esse problema nem foi o que mais me atrapalhou, principalmente porque eu sabia que o jogo ainda está em beta e problemas como esse são mais comuns em jogos ainda não finalizados. Minha maior questão foi em relação a outras duas falhas que The First Descendant. Enquanto eu realizava uma missão mais adiante na versão de teste, outros jogadores se juntaram a mim. Tudo estava correndo muito bem, até que, do nada, o jogo começou a engasgar e foi para a tela de início. Não entendi o que aconteceu, o jogo só fechou sozinho, mas voltei normalmente ao meu último ponto de salvamento.

Depois de prosseguir um pouco mais na campanha, um outro bug realmente me atrapalhou de forma mais séria. Eu havia acabado de matar o último inimigo enquanto estava no ar e por lá fiquei. O personagem travou fora do chão e não respondia a nenhum dos controles. Então tive que sair do jogo e voltar. No menu principal um card me avisava que o game não tinha sido salvo da maneira correta e me dava a opção de começar da onde parei ou de um outro ponto de salvamento. Contudo, sempre que eu escolhia a opção de continuar de onde parei, The First Descendant travava e ia para a tela de início do Xbox. Portanto, decidi selecionar a outra opção e prosseguir de onde quer que fosse.

Por sorte, só precisei viajar para a região novamente para reiniciar a missão que estava realizando antes do bug.

Serão necessários companheiros de batalha

O tutorial é realmente muito fácil, mas, obviamente, o jogo vai ganhando dificuldade conforme se avança na campanha. E não posso dizer que os desenvolvedores não avisaram, porque a descrição do jogo já informava que “a cooperação é crucial, pois os jogadores se unem em lutas estratégicas de chefe para 4 jogadores, em que o trabalho em equipe e as táticas são a chave.”

É bem mais complicado progredir jogando sozinho. Por ser uma versão antecipada para teste, o servidor de The First Descendant não estava lotado de jogadores para me acompanharem nas missões, então houve alguns momentos em que eu perdi um pouco mais de tempo para completar uma missão, justamente por não ter outros três companheiros de batalha. Houve também um combate final que levei cerca 30 minutos para matar todas as hordas de alienígenas -- e isso mesmo sem morrer. Sinto que a experiência deve ficar mais prazerosa e a gameplay muito mais fluída com a presença de outros jogadores ajudando nas lutas mais longas e desafiadoras.

Ainda assim, vejo um grande potencial em The First Descendant. É um jogo divertido e estratégico, com uma história promissora. Visualmente o jogo está muito bonito, repleto de cenários grandiosos, ruínas e bastante tecnologia, um tipo de design de cenários que me agrada bastante. Quanto à jogabilidade, tudo está bem fluido e orgânico, e as mecânicas se encaixam muito bem na proposta do shooter cooperativo. Por estar bem no início da campanha e em um nível mais baixo, sofri bastante por conta da escassez de mana, mas a tendência é que esse problema não perdure por toda a campanha.

Vale comentar que a mecânica do gancho foi a minha queridinha no período de testes. Além de levar o personagem a plataformas bem mais altas, ela auxilia na movimentação em combate e deixa tudo muito mais dinâmico, o que é ideal para jogos com essa proposta de lutas grandiosas e em ritmo acelerado.

O beta aberto com crossplay de The First Descendant está marcado para acontecer de 19 a 25 de setembro no PC, PlayStation 4 e 5 e Xbox One e Series X|S. Para participar, basta se registrar no site oficial e selecionar a sua plataforma.


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