Os países que mais investiram em armas nucleares em um infográfico surpreendentemente revelador

Na geopolítica global, a dissuasão através de um arsenal nuclear continua a ter um peso enorme. Embora existam negacionistas de bombas nucleares, os países que têm capacidade para ter este tipo de arma não só a estão melhorando, como estão adquirindo mais ogivas. Um exemplo é a China, que em apenas um ano passou de 410 para 500 ogivas.

E isso envolve o investimento de bilhões de dólares em todo o mundo. Um gráfico revelador foi feito pela Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (siglas em inglês ICAN ou ICANW). Nele, podemos ver rapidamente quem fica com a maior parte do bolo no investimento em armas nucleares.

US$ 2.898 por segundo

No ano passado, segundo estudo da ICAN, as principais potências em arsenais nucleares investiram colossais 91.393.404.739 de dólares. Isto representa 10,7 bilhões a mais do que em 2022, o que dá um aumento espectacular nos gastos. Como quase 100 bilhões é um número tão distante da nossa realidade, vamos reduzi-lo: são US$ 173.888 por minuto ou US$ 2.898 por segundo.

Os que mais gastaram (valores em dólares e porcentagem mundial):

• Estados Unidos: 51 bilhões / 56,4%.
• China: 11,9 bilhões / 13%.
• Rússia: 8,3 bilhões / 9,1%.
• Reino Unido: 8,1 bilhões / 8,8%.
• França: 6,1 bilhões / 6,6%.
• Índia: 2,7 bilhões / 2,9%.
• Israel: 1,1 bilhão / 1,2%.
• Paquistão: 1 bilhão / 1%.
• Coreia do Norte: 900 milhões / 0,9%.

*Você pode conferir o infográfico no site da ICAN. Ao passar o mouse sobre um país no mapa, a porcentagem surgirá.

Sem muitas surpresas, os Estados Unidos lideram com larga vantagem, seguidos pela China. Os dois países foram os maiores responsáveis pelo aumento de 2022 para 2023, com os EUA representando 80% dos 10,7 bilhões a mais de um ano para o outro.

Com este panorama, o Pentágono teve que reavaliar a situação e a projeção ficou muito pior. As novas estimativas preveem um arsenal nuclear chinês de 1.000 ogivas nucleares operacionais até 2030, e a nível mundial este impulso da China pode ser visto com um grande gasto por parte de outros países para manter este escudo de persuasão antes de um ataque

Durante os últimos cinco anos, foram investidos US$ 387 bilhões em armas nucleares. Porém essas duas superpotências não são as únicas vilãs. O Reino Unido acaba passando "despercebido" no radar de muita gente, mas aumentou o investimento em armas nucleares em 17% do ano de 2022 para o ano de 2023.

Psicose nuclear

A ICAN também reporta que existem contratos no valor de até 387 bilhões de dólares até 2040 por parte de alguns países e que os dados naqueles onde há mais transparência reflectem que este investimento brutal incentiva o desenvolvimento de armas. A razão é que a riqueza é criada para as empresas envolvidas e são os fabricantes de armas nucleares que influenciam as políticas governamentais e as atitudes públicas em relação a este tipo de armamento.

Além disso, se esse dinheiro for investido em armas nucleares, já não será atribuído a outras coisas, como a ajuda social, o financiamento de energias renováveis, o combate às alterações climáticas, a proteção da biodiversidade e a redução das desigualdades.

A ICAN coloca outros números na mesa: com esses cinco anos de gastos em armas nucleares, 45 milhões de pessoas poderiam ter sido alimentadas durante a maior parte das suas vidas. E um minuto de gastos com armas nucleares em 2023 (lembre-se que são US$ 173.888) teria sido suficiente para plantar um milhão de árvores.

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