Bad Boys: Até o Fim - Review
A quarta vez é encantadora como o inferno.
É bastante raro uma franquia de filmes que atingir seu pico no quarto filme. Mas Bad Boys – a série policial estrelada por Will Smith e Martin Lawrence como os detetives de Miami Mike Lowrey e Marcus Burnett – é realmente preciosa. Seus três primeiros filmes foram lançados ao longo de 25 anos, e cada um deles foi um grande sucesso. E eles certamente não seguiram o arco padrão de qualidade de sequência: Bad Boys de 1995 foi seguido pelo terrível Bad Boys II em 2003; 17 anos depois, Bad Boys para Sempre apresentou algo mais divertido e envolvente. E agora, com Bad Boys: Até o Fim, as façanhas dos detetives Lowrey e Burnett se tornaram algo incrível.
Bad Boys: Até o Fim não está fazendo nada inovador com sua história. Desta vez, Mike e Marcus estão trabalhando para resgatar o bom nome de seu amado Capitão Conrad Howard (Joe Pantoliano, retornando através de sequências de sonhos e gravações de vídeo depois que seu personagem foi morto em Bad Boys para Sempre). E embora essa missão coloque os Bad Boys em fuga, ela também dá continuidade a alguns dos elementos mais intensos, estilo novela, do filme anterior. A princípio, parece que alguns dos principais desenvolvimentos de Bad Boys para Sempre não importarão aqui, com o forte foco em Mike e Marcus. Mas acontece que o roteiro de Chris Bremner e Will Beall mantém Lawrence e Smith no banco do motorista antes de abrir espaço para as novas adições.
Então, sim, a situação de Mike e Marcus faz com que eles eventualmente precisem da ajuda de Rita (Paola Núñez), Kelly (Vanessa Hudgens) e Dorn (Alexander Ludwig) de Bad Boys para Sempre. (Visivelmente ausente: sua co-estrela Charles Melton, que desde então ascendeu à aclamação de filmes de prestígio graças a maio e dezembro do ano passado.) A introdução desta equipe no terceiro filme pareceu uma tentativa bastante flagrante de expandir a franquia à la Velozes e Furiosos, mas ainda assim funcionou. Esse continua a ser o caso aqui, com alguns bons momentos de destaque para este time dos Bad Boys estar maior no ato final.
Armando (Jacob Scipio) também está de volta. Em uma série que nunca teve muita ressonância emocional, na verdade, há algum peso nas cenas entre esses personagens em Até o Fim, enquanto eles tentam seguir em frente com alguma aparência de relacionamento pai-filho. Por outro lado, é bom ver Bremner e Beall e os diretores Adil El Arbi e Bilall Fallah não ignorando o que aconteceu antes, porque não esqueçamos, foi Armando, durante seus dias maus, quem matou o Capitão Howard. Esse fato pesa muito na história, quando conhecemos a filha de Howard, interpretada por Rhea Seehorn em um papel decente, só que está muito longe de seu incrível trabalho como Kim Wexler em Better Call Saul. (Ainda é divertido vê-la andando por aí com uma arma em um filme dos Bad Boys.)
Pelo segundo Bad Boys consecutivo, Smith é o rock dramático. Mike ainda tem muitos insultos bons para lançar contra Marcus, mas ele está mais preocupado com a situação com Armando. Depois de quase 30 anos, a química de Smith e Lawrence e sua forte energia cômica juntos estão bem estabelecidas, e os dois continuam a formar uma ótima dupla na tela. Eles terão uma inversão de papéis em Até o Fim: enquanto Mike começou a última sequência às portas da morte, agora é a vez de Marcus se esquivar do Grim Reaper. Isso leva a um material bobo, mas frequentemente engraçado: ele sai de um ataque cardíaco sentindo-se imortal, que Lawrence abraça de todo o coração, dando risadas enquanto Marcus testa sua teoria de maneiras cada vez mais perigosas.
Mas é El Abri e Fallah que são as verdadeiras estrelas de Até o Fim. A dupla anunciada como Adil & Bilall fez um ótimo trabalho com Bad Boys para Sempre, evocando o estilo exagerado e turbulento que Michael Bay estabeleceu em Bad Boys e Bad Boys II, ao mesmo tempo, em que habilmente adicionou seu próprio toque um pouco mais solto. Desta vez, Adil e Bilall se soltaram, começando com os visuais alucinantes da experiência de quase morte de Marcus.
As verdadeiras estrelas de Bad Boys: Até o Fim são os diretores.
Influenciado pelas animações e os videogames, a câmera está em constante movimento, oscilando para frente e para trás como se tivesse vida própria. Uma cena de destaque mostra Mike e Marcus lutando por suas vidas em um pequeno avião em queda livre: enquanto a câmera imita sua leveza, a dupla se defende de atacantes armados e tenta impedir que alguma carga preciosa voe para fora do avião. Outra luta é filmada do lado de fora do elevador de vidro onde acontece, a câmera girando enquanto observamos os ocupantes lutando e quebrando o vidro.
São sequências como essas que tornam ainda mais frustrante o fato de nunca vermos o filme Batgirl dirigido por Adil e Bilall que a Warner Bros. arquivou em 2022. Eles são feitos com muita criatividade e energia, nunca esquecendo que Bad Boys é uma série de comédia de ação – então ainda há muito humor em meio ao caos. Os diretores espalharam a riqueza da ação entre seu elenco crescente, dando a Armando uma incrível cena de luta na prisão e, em uma sequência de destaque, permitindo que um personagem coadjuvante estabelecido exibisse proezas de luta nunca vistas (e hilárias de se ver).
Bad Boys: Até o Fim também é extremamente bobo, com seu quinhão de diálogos cafonas e algumas piadas que erram o alvo? Absolutamente. Mas há muito para desfrutar aqui e a energia é contagiante. No momento em que a agulha cai sobre uma capa de “Bad Boys” do Inner Circle de uma fonte extremamente improvável, o filme mais do que provou sua disposição de crescer e colher grandes recompensas no processo.
O Veredicto
Seguindo o último filme da franquia de Bad Boys para Sempre, Até o Fim oferece a versão Bad Boys de Velozes e Furiosos: uma sequência que pega as melhores partes dos filmes anteriores em uma franquia de longa duração e os constrói e expande em grande estilo. Bad Boys: Até o Fim oferece um pacote muito mais divertido do que o anterior, com direção de ação emocionante e inventiva de Adil & Bilall. Sim, é tão exagerado e bobo como sempre, mas é feito com mais elegância e inteligência genuína do que antes, provando que esses Bad Boys, mesmo em idade mais avançada, ainda podem entregar.
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